terça-feira, 10 de novembro de 2009

Um dia no mundo ao lado

Seres como nós,
nós: eu e o caro leitor;
sim, pois vejo certa igualdade humana
em todos, tanto neste
quanto no mundo ao lado.
Eu estive lá, de visita,
passagem, não penetra.
Estive como quem quer estar.
Aprendi que a vida é bem mais simples.
E que as pessoas são bem mais frágeis
como o nosso mundo coloca.
Talvez este seja um dos itens
de seleção entre os mundos.

Boas pessoas, ótimas pessoas.
Assim como aqui, pessoas de todas as maneiras.
Mais aventureiras, mais ousadas,
mais despreocupadas com a razão;
mais sensíveis, mais leves.
Essa é a impressão de quem olha,
porém quem sente pode nitidamente
ver um conflito interno,
uma necessidade de refúgio,
de ter um porto-seguro
ou uma forma de alienação;
dar um tempo do que incomoda,
uma perda temporária de memória,
uma perda induzida.
A meu ver os fatos não se sustentam,
pois a memória que se perde
não é a que de fato se quer perder.

Respeito a forma
como cada um conduz sua vida.
E se achar que enganando
e controlando a mente
para que ela esteja atenta
apenas ao que se quer-
lembrando o termo da falsa-sensação -
é uma boa forma de vida,
não serei eu a voz da proibição.
Quem dera,
nem voz nesse mundo se tem sozinho.
A função da ponte é justamente
a de separar esses mundos ou uni-los,
na hora em que convier.

Mariana Bizinotto – 22/10/2009

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