sábado, 22 de novembro de 2008

O verdadeiro sentido

* Em especial à Neusa Magalhães

Realmente há momentos na vida
em que passamos a perceber tudo diferente.
Isso nos ocorre constantemente.
Porém é mais comum
percebermos a vida, dura;
o trabalho, cansativo como nunca;
a crueldade humana;
o quão difícil é a vida adulta;
o quanto o mundo é injusto;
etc.
Enquanto que mais raro
é observarmos os raios do sol
a reluzir superfícies;
o espetáculo das nuvens que bailam no céu
e interpretam vários personagens;
quantas pessoas passaram
e modificaram nossas vidas;
o quanto fomos e somos úteis;
a felicidade que há
em cada momento com os amigos
e em cada reunião familiar;
a transcendência diante do incrível;
o conforto de um sorriso;
e outros tantos que ainda temos por descobrir.

Mariana Bizinotto - 22/11/2008

sábado, 15 de novembro de 2008

Saudade...

Li em algum lugar
que quem inventou a distância
não sabia o que era saudade;
talvez soubesse,
mas assim o fez
para que sentissemos
o quanto as pessoas são especiais.

Mariana Bizinotto - 15/11/2008

Quando se percebe tudo farelos

Agora que tudo desmancha
Não me irritarei contigo
Cheia de esperanças.
Quem assim me fez sentir
fui eu mesma.
A fantasia que criei
e pensava existir.
Dói.
E não sei se vai passar
como dizem por aí.
Porque amor verdadeiro
existe um só
e quando se descobre, ele é eterno.

Será possível ocultá-lo?

Mariana Bizinotto - 27/10 e 15/11/2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

MOMENTO SUBLIME

Quando o brilho do sol
Dora a água do lago
Cuja vegetação
Vai de encontro
Aos arranha-céus
O espírito se eleva
Em meio à música clássica
Que traz essa lembrança.
Os reflexos são muitos
Apesar da turva água
Há vida lá,
Vida que parece feliz.
Milhas de peixes esperam
Por comida e atenção
Sob a ponte a meus pés.
Patos deixam seus lindos rastros
Na imensidão da água
Fazendo um espetáculo em ambiente público.
Uma multidão passara
Por ali enquanto eu apreciava.
Muitos em busca de um refúgio
Da conturbada movimentação urbana.
Havia apreciadores, relaxantes,
E simplesmente caminhantes.
Outros passavam por ali
Como quem volta para casa
Sempre pelo mesmo caminho
E talvez nem tenham percebido
Um elemento inesperado
Que se refrescava
Já quase no centro do lago.
Uma bola vermelha boiava à deriva,
Em busca da liberdade.
Suas listras brancas ora se confundiam
Com os reflexos que os raios do sol
Esboçavam na água.
Os traços de vegetação
Se moviam conforme as ondas.
Bem como as árvores sentiam
A brisa a esvoaçar seus cabelos.
Muitas cores vivas e alegres
Divisavam agora com uma camada cinza
De uma paisagem artificial.
Grandes blocos se erguiam horizonte afora.
Neste instante, pássaros cortaram
A paisagem viva a minha frente,
Enquanto um gigante pássaro mecânico
Rasgava a imensidão cinzenta
Acentuada pela névoa
Intensificando ainda mais o contraste
Entre o espetáculo natural e a magnitude urbana.

Mariana Bizinotto – 03/11/2008


PASSAGEM: ida ou volta?

Olhando pela janela
Muitas luzes passam
Sinal de que o sonho acaba
Porém ainda haverá as lembranças
E a vontade de retornar.
Foram muitos momentos inesquecíveis
Tantas coisas novas passam pela cabeça
Tantas idéias e vontades de criação.
Seria necessário um mês
Para digerir e experimentar
O mundo gravado em nosso interior
Nesses dois dias de intensos momentos.

Depois de uma viagem
O ser humano deveria ter
Uma semana de folga para criar,
Pois é o momento de maior criatividade;
O cérebro esta em total movimento.
Localização,
Memória,
Presente, passado, futuro.

O retorno!!
Tudo volta como antes,
Rotina logo nos primeiros instantes
De volta ao mundo real
E tudo é guardado
Para um depois que nunca chega
Até que o tempo apague
Essa responsabilidade
De nossa consciência
E muita produtividade fora perdida,
Atirada a esmo
No abismo de uma existência fugaz.

Mariana Bizinotto – 02/11/2008