quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Surpreendida pelo óbvio

Agora estou tão feliz quanto boba.
O caro leitor (a) deve estar achando
uma embromação enfadonha,
porém para mim,
o que aqui pretendo expressar
é o mais importante de tudo
o que já quis traduzir em palavras.
No mesmo instante boba e a mais realizada
pessoa que se pode imaginar.
A pouco o homem que amo a tanto
e meu melhor amigo a tempo
segurou minha mão
por meio filme
e beijou-me ao final.
Sem nada falar a respeito
caminhamos até a livraria –
aconchegante como um lar –
seguimos até as mesmas prateleiras
e demoramos muito em conversas
que poderiam fluir até o infinito.
Os amigos riram bastante.
Durante a partida o amigo que caminhava ao lado
pegou minha mão
e ao falar que não sabia o que dizer
mal sabia ele que já havia dito tudo
o que eu mais queria ouvir a tempos -
e que fui saber mais adiante na caminhada –
o que ele também queria dizer a tempos.
Sempre sonhei com um amor assim
em que as palavras, tão excessivas
em outras caminhadas,
não fizessem o menor sentido
e nem mesmo a menor falta.
Não serei infantil a ponto de pensar que é um sonho
quero que seja real.
O que acontece é que ainda estou estupefata.
É um sorriso duradouro
e ao mesmo tempo contido pela surpresa.
É uma sensação de se ter ido, mas não ter aterrissado.
Estou flutuando e vendo a vida de fora.
É...
Indescritível...
Creio que ele também esteja sentindo o mesmo.
Somos tão parecidos
que até nisso a história foi igual.
Até mesmo os dois lados da história se parecem.
Só não estou boquiaberta, porque é uma descoberta boa,
aliás, é a melhor sensação da minha vida,
e porque o sorriso molda minha boca na direção contrária.
O momento da descoberta foi o mesmo da revelação.
Um alívio e um coração acelerado concomitantes.
O fato sempre esteve diante de mim,
porém as metáforas camuflaram a realidade
e tornaram sonho todas as possibilidades.
É tanta a vontade de semear pelo mundo a felicidade,
e também a necessidade de guardar só para nós o momento.
E esse equilíbrio só é possível pela maturidade
arraigada em mim
capaz de deter minha ansiedade.

Mariana Bizinotto – 09/11/2009

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