sábado, 4 de julho de 2009

Sempre há uma extremidade oposta

Quando a lua aponta no céu
a extremidade oposta indica partida.
A partida de uma grande estrela
que iluminou todo o dia,
tornando-o igualmente grandioso.
Não pode toda a noite ter sol,
nem todo o dia ter lua.
As necessidades vitais pedem mudanças.
É preciso aceitar os equilíbrios naturais.
Mas, claro. Não custa nada entendê-los.
Aliás, custa! Mas se estás disposto
a um bom raciocínio
e tempo para refletir...
aventure-se.
Poderiam as plantas fazer fotossíntese sob a luz da lua?
Poderiam as marés se relacionar com o sol?
E a gravidade? Por que não nos deixa flutuar aí?
Até um espaço inimaginável e sem volta?
Por que nos apegamos a coisas materiais?
E por que estamos sempre criando?
Para tudo há uma explicação. Por que?
O mundo está muito bem arquitetado
e qualquer ação se reflete em muitas outras.
Por isso há um equilíbrio
que é constantemente desafiado
a fim de se desvendar sua própria importância.
Num jogo de opostos e extremos,
em que não se busca vencedor
mas se depara com empates.

Mariana Bizinotto – 04/05/2009

De mentira em mentira

De mentira em mentira
só se enche o papo.
Não há digestão.
(Você digere suas próprias mentiras?)
Morre-se de fome.
De mentira em mentira
não se constrói nada.

Mariana Bizinotto – 04/05/2009

Diálogo entre namorados

Às vezes as palavras não comunicam tudo.
E o corpo, as expressões faciais, o olhar
precisam intervir.
Expressão de afeto, carícia.
Troca de pensamentos
quase que como uma osmose.
O silêncio é o fundo perfeito
para a melodia visual que acontece.
Imóveis, percebem os movimentos um do outro.
O pulsar dos sentimentos no outro e em si.
E nesse instante de silêncio
falam tanto...

Mariana Bizinotto – 04/05/2009