sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"Mr. Punch"

Se ontem o dia estava para pesquisa, hoje a vontade foi ler. O livro da vez é "A Comédia trágica ou a tragédia cômica de Mr. Punch" por Neil Gaiman e Dave McKean. Que ilustrações! Não vou comentar muito agora, porque a história prende a gente. Vou ler!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O tempo diz muito sobre o amadurecer

Como diz a letra da canção 'Zaluzejo' de O Teatro Mágico:
"Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz"
Por isso acredito que antes de continuar escrevendo preciso viver o que escrevo. É por isso que às vezes não tenho postado meus rasos rascunhos de um pensamento que cresce oscilante e tenta compreender a si mesmo.

terça-feira, 15 de março de 2011

O poema

Mário Quintana conseguiu traduzir em palavras a essência funcional do poema em "O poema" - Aprendiz de Feiticeiro.

O poema

Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de poema.
(...)
Texto extraído do livro:
QUINTANA, Mário. Aprendiz de Feiticeiro. São Paulo: Ed. Globo, 2005, p. 26.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Realidade


Ocorreu-me

que talvez a realidade

faça parte dos sonhos,

e não os sonhos

sejam parte dela.

Mariana Bizinotto – 07/03/2010

terça-feira, 22 de junho de 2010


ASSUNTO: Nanocontos: tiras literárias

Mãos dadas pelas ruas. Ele conduzido por ela. Coração apertado pela separação: primeiro dia de aula

O termo pode até não ser novo, mas eu nunca tinha ouvido falar antes de nanocontos como este acima. O fato é que o editor, escritor e roteirista de HQs Edson Rossatto passou a se dedicar a este gênero nas últimas semanas com resultados fascinantes.

Os nanocontos estão para a literatura assim como as tiras estão para os quadrinhos: uma mensagem rápida, de sentido completo e instantâneo, num espaço reduzido (exatos 100 caracteres, neste caso).

As tiras, aliás, foram a inspiração de Edson: "Eu via meus amigos quadrinhistas publicando suas tiras e sentia vontade de fazer o mesmo. Só que eu não sei desenhar, sei escrever; então, parti para um formato literário que tivesse o mesmo efeito”.

O autor começou a publicar os nanocontos diariamente em seu perfil twitter, mas logo criou um específico (@cem_toques) e, mais recentemente, o blog Cem Toques Cravados - www.cemtoquescravados.com (o nome é uma homenagem ao livro de Mário Lago, 16 Linhas Cravadas).

O blog já tem mais de 80 nanocontos publicados e o número cresce a cada dia. A ideia de Edson é reuni-los em livro quando a produção atingir a marca de 300 textos. Para divulgar o blog, o autor está realizando uma promoção com sorteio de cinco títulos de sua editora, a Andross.

Edson Rossatto já tem boa experiência com textos curtos. Ele escreveu um livro (Curta-Metragem) e organizou outros dois (Expresso 600 e Histórias Liliputianas) só com microcontos (textos com até 600 caracteres). Veja alguns dos nanocontos já publicados no blog:

Triste, afogou as mágoas na bebida e acabou com tudo: mandou chover quarenta dias e quarenta noites.

Queria que o pai comprasse um novo porque o outro morreu. “Irmãos não são vendidos em lojas, filho.”

“Só acredito vendo”, disse Tomé. Então Jesus se deitou no chão e fez trezentas flexões em um minuto.


MATÉRIA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO SITEhttp://www.papodequadrinho.com/

sábado, 12 de junho de 2010

Goiabada com Tijolo concedeu o Selo Sunshine Award a Reflexos da Existência Humana.

Selo Sunshine Award


Este Selo é uma iniciativa para aumentar a interatividade entre pequenos blogueiros =)

Há algumas regras para aceitá-lo:

– Colocar o logo no seu blog ou no seu post.
– Passar o prêmio para outros 12 bloggers.
– Incluir o link dos indicados no post.
– Informar aos indicados sobre o prêmio, deixando comentários em seus blogs.
– E, finalmente, compartilhar o link com as pessoas de quem você recebeu esse prêmio.

Agradeço a
Goiabada com Tijolo (goiabadacomtijolo.blogspot.com) e indico o Selo Sunshine Awards para:
pedroalvesdarocha.blogspot.com/
bibiserafim.blogspot.com/
diegoboina.blogspot.com/
kamikazekiwi.blogspot.com/
fanzineepisodiocultural.blogspot.com/
hotelsete.blogspot.com/
verdadeprovisoria.blogspot.com/
probulimialiteraria.blogspot.com/
juliagravina.blogspot.com/
sonhandoaderiva.blogspot.com/
arturqueiroz.blogspot.com/
marcoluque.com.br/

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Migalhas de tempo

Lendo um texto pra aula de amanhã
sobre a interferência dos acasos na arte.
e pensando porque nem todos são fortuitos,
na vida, principalmente.
Às vezes se planeja
e acasos mudam as rotas
e não permitem que
o que se tinha como certo se concretize.
E o ser humano se sente tão impotente diante disso.
É a tal incerteza, falta de razão para uns.
Por quê?
Por que será que num se aproveita
algo de fortuito de todo acaso?
Se houvesse tempo pra viver esses planos
não iria importar tanto com esses acasos.
Se não tivesse que viver com migalhas de tempo.

Mariana Bizinotto – 20/05/2010

sábado, 24 de abril de 2010

'Elas Escrevem'

Olá!

O livro Elas Escrevem está fazendo sucesso. Ele foi todo escrito por mulheres, sobre mulheres. Ótimo para quem quer entender a mente feminina. E também uma boa sugestão de presente neste dia das mães.

Tem trabalho meu neste livro e por isso consigo fazer um preço melhor do que a livraria.

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=22085658&sid=9110152601232758271418881&k5=3A020898&uid=







Posso enviar o livro por correio caso queiram depositar o valor do livro. Podem entrar em contato comigo pelo e-mail: mariana.mary_anny@yahoo.com.br

Também podemos combinar outras formas de compra.
Em Uberaba, por exemplo, deixei exemplares à venda no salão Arte Beleza, próximo ao Colégio Nossa Senhora das Dores, em frente ao UTC, na praça Thomaz Ulhoa, 394.

Abraços,
Mariana Bizinotto

domingo, 28 de março de 2010

Vôo

A cabine falava ao piloto.
A cabine via pelo piloto.
O piloto sonhava,
literalmente alto.
Quando despertou estava nas nuvens.
E quando voltou a sonhar, aterrissou.
Apesar dos pés colados ao chão,
os dedos acariciavam as nuvens...
O ar era mais rarefeito...
O vento era especial...
Os reinos eram mágicos...
Os palácios abrigavam a todos...
...

De que mais precisaria um homem
que não sua imaginação?

Mariana Bizinotto – 07/03/2010

sábado, 20 de março de 2010

Advérbio de tempo

Quando o rio escorre
gélido pelas veias.
Quando o ar
já não atinge mais o íntimo vital.
Quando os sonhos se derretem
e as crenças se evaporam.
Quando as festas acabam
e quando as crianças choram.
Quando o temido monstro
cai no sono.
Quando a consciência volta.

.

Mariana Bizinotto – 07/03/2010

domingo, 7 de março de 2010

Características humanas

Retirar o amálgama que fere.
Comparar o mundo com ele próprio.
Ouvir os sons internos a relaxarem.
Escolher destinos imprevisíveis.
Omitir os sentimentos mais intrínsecos.
Declarar o comum.
Transformar o mundo próprio.
Acumular experiência e dinheiro.
Evaporar com a mesma facilidade.
Características humanas.

Mariana Bizinotto – 28/02/2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Assimilação

Não há tempo
nem se quer para assimilar o presente
e o futuro também já vira passado.
Nostálgica melancolia me atinge.
Contrários os sentimentos me confundem.
E eu não sei mais quais sonhos buscar.
Às vezes quero realizar todos,
outrora quero abandonar a ‘vida’
para poder vivê-la.
Porém agora quero apenas sentar-me
e esperar que minha cabeça se acalme.
Precipitações sempre acabam caindo,
ora molham os lugares certos,
ora não.
Mariana Bizinotto – 28/02/2010

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mulher

Uma meiga menina
cresceu entre a proteção familiar
e a rígida perfeição.
Com o tempo
seu corpo mudou
e sua cabeça também queria mudar.
Algumas imprevisões a fizeram
intelectualmente adulta,
mas emocionalmente menina.
Oportunidades surgiram
e confundiram seus sentidos.
Brava menina que cuidadosamente
fez suas escolhas e não se arrepende delas.
Teve uma fase difícil,
muitas mudanças e exigências
para as quais não estava preparada.
E lutou, preparou-se já no campo de batalha,
preparou-se para as próximas guerras,
mas as que se seguiram foram diferentes.
O conhecimento necessário era outro.
E ganhou experiência,
e enfrentou bravamente a vida.
Muitos acontecimentos bombardearam
suas emoções
e sem perdão queriam recuperar o tempo,
se atropelaram para alcançar a maturidade
já anunciada desde a saída da infância.
Precoce adulto
que era só pela metade.
A luta ininterrupta
camuflou a passagem do tempo.
E um dia a menina acordou
e descobriu-se mulher.

Mariana Bizinotto – 28/02/2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conto de fadas

Eu estava mesmo num conto de fadas.
Só não sabia eu
que era ao contrário.
E o príncipe é que viraria sapo.
Por que as fadas nos contam
só contos bonitos,
se na vida eles também acontecem ao contrário?

Mariana Bizinotto - 28/09/2009

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Universo Paulistano II - R$25,00 + BRINDES

Para quem não pode comparecer ao lançamento da antologia Universo Paulistano II e quiser conhecer mais do livro, tenho exemplares para vender no prazo de um mês. O preço eu faço por R$25,00 cada, já que nas lojas e livrarias estão por vinte e nove reais. Para encomendar podem entrar em contato pelo e-mail: mariana.mary_anny@yahoo.com.br ou deixar contato no comentário.

BRINDES: marcador de página e um zine de minha autoria.

SINOPSE: "São Paulo é assim: quando cremos já conhecer todas as ruas, dobramos uma nova esquina. Se dormimos saciados, amanhecemos com renovado apetite. Para cada história contada outra nasce, ecoa em nossos ouvidos e ressoa em nossas almas. Assim é São Paulo! Como qualquer universo, há sempre mais para experimentar. O segundo volume da série UNIVERSO PAULISTANO traz novas esquinas e sabores, descobertos e vividos por escritores apaixonados pela metópole."

E eu acrescento: não só pela metrópole São Paulo, mas os temas também se refletem em outras metrópoles pelo mundo afora.

Deixe um comentário com seu contato ou escreva para o e-mail:
mariana.mary_anny@yahoo.com.br

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Olhar o nada

é degustar o momento.

Mariana Bizinotto – 29/06/2009

O estranho

Já percebeu algo estranho hoje?
Então precisa observar melhor o mundo!
Estranho
é tudo aquilo que é novo,
misterioso, incomum.
O mundo é uma explosão
de surgimentos e formações.
A todo instante surgem
motivos de estranhamento.
É preciso percebê-los
para compreender o próprio mundo.
A propósito, que linha é aquela,
que corre entre a calçada e o asfalto?

Mariana Bizinotto – 29/05/2009

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Fugacidade

Quando o tempo passa rápido
é porque o momento é eterno.

Mariana Bizinotto - 11/01/2010

Living alone

Morar só
e esperar o dia todo
pela noite
e a volta da companhia,
que nunca retorna ao lar.

Mariana Bizinotto – 06/01/2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Proximidade

Quando a proximidade se torna...
o precipício entre nós.

Duas pessoas tão próximas...
Dois amigos inseparáveis...
Na juventude se conheceram
como na infância...

Uma revelação!
E toda a proximidade
se torna a maior distância já imaginada por eles.
Apesar de sempre desejarem
saber que era possível o revelado;
suas atitudes não foram as sonhadas.
A nova situação os assustava
por colocar todos os sentimentos
numa outra condição,
de maior proximidade ainda;
temeram fracassar.
Dessa forma, muitos amores já foram evitados.
E também muitas histórias foram escritas.
O verdadeiro amor arrisca a própria vida para não morrer,
e só sobrevive por saber é capaz de se manter.

Mariana Bizinotto – 30/12/2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Efeito avassalador

Não é só a fama;
Liberdade e poder
também sobem à cabeça
e arrasam-na!

Mariana Bizinotto – 15/12/2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sublimação

Quando seu perfume me envolve
sinto-me a mulher mais protegida do mundo.
Quando seus olhos procuram minha alma
já me perdi em seu sorriso.
Em frente à janela a gozar as cores
do fim de tarde que rapidamente
torna-se início da noite.
Uma noite a ser lembrada por todos os tempos.

Mariana Bizinotto – 14/12/2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Não falemos de tempo

Acostumada a discutir sobre o tempo
com uma pessoa e
partilhantes da mesma pressa
que tanto afetada os pensamentos,
deparei-me com uma necessidade
de outro assunto.
Eis que em determinado momento
escrevi-lhe, após os cumprimentos:
“Não falemos de tempo dessa vez...
apesar de datas remeterem a tal.
Falemos então de uma data especial.
Feliz aniversário!!!!
Tudo de especial pra ti,
muita saúde, paz, tempo, alegrias e sucesso.
Claro, se for possível conciliar tudo,
o que talvez seja
o grande dilema da humanidade.”

Mariana Bizinotto – 29/11/2009

Dias especiais

Certo dia acordei
e era aniversário de um amigo
um simples dia para tantos
e para ele o dia
que ocorre apenas uma vez
ao ano, por isso o caráter de especial.
Se pensarmos bem
todo dia ocorre não somente
uma vez ao ano,
mas uma vez na vida,
uma vez no universo.
Apesar de haverem dias semelhantes...
1º de janeiro nunca se repete,
nem mesmo o aniversário se repete.
Uma prova de que todos os dias são especiais
é em cada um é sempre um aniversário
só que para pessoas diferentes,
logo tudo depende da leitura dos fatos.

Mariana Bizinotto – 29/11/2009

sábado, 28 de novembro de 2009

Inevitável

E distraída...
Tentava não sentir
o que era inevitável.
Até que um dia
um insight de cegar
me fez ver o que
vinha de dentro.

Mariana Bizinotto – 25/11/2009

Tempestade

Tempo
Hábil

Amável
Tempo
F r á g i l

Mariana Bizinotto – 24/11/2009

Brincadeiras

Esse olhar,
o pedido de desculpas,
o sorriso esperto,
o disfarce do nervosismo,
o espanto das palavras,
os gestos embaraçados,
as ambiguidades.
Nada me engana mais,
pois toda brincadeira
tem um fundo de verdade.
Só que o melhor
é encarar como um gracejo
e analisar a mensagem
que se esconde
e não a que é revelada.

Mariana Bizinotto – 23/11/2009

Arte, no quarto das ideias

Por que o artista
faz a obra
e esta fica limitada
às paredes gélidas do acervo
e apenas vez ou outra torna-se visível.
Será esta mais uma afirmação
da arte como ideia?
O que vale é saber que alguém
algum dia no tempo
teve uma ideia,
e não vê-la atualizada?

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Trem

Levada à reflexão
sobre o fenômeno da disposição,
observei que apesar de, aparentemente,
fechada a possibilidades,
a pessoa pode não o estar realmente.
O fechamento pode não ser total,
mas uma espera,
pela chance certa.
Basta ouvir o coração
e naturalmente descobrir
que para os sonhos
nunca se está fechado,
sempre recluso a observar
o fluxo do mundo,
e a esperar o trem de seu destino.
E quando ele passa,
se observa temeroso,
imaginando como será
o lugar de chegada,
e ele está a parar,
mas por mais que se queira subir,
as pernas ficam presas ao chão
e a cabeça voa alto...
com o corpo todo desintegrado
o trem reinicia o movimento.
O corpo inerte impulsiona-se
e permanece olhando,
olhando apenas,
e o trem passando,
e de repente de um salto
ele agarra-se a traseira
e segue desajeitado,
com o incômodo vento
pelo lado de fora,
até conseguir se infiltrar
e descobrir que o trem só vai,
nunca chega a um ponto definitivo,
nem é cíclico,
viaja-se sempre...

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

Será?

Oh verbo confuso!
Inquietante!
“Ser ou não ser, eis a questão!” -
já indagou Sócrates,
reafirmou Shakespeare em Hamlet
e repetiram quase todos.
Não é apenas uma questão existencialista,
reverberada pelos conflitos
e dúvidas afora,
com outras versões, idiomas ou dialetos,
ou até mesmo com uma imagem apagada
pelas mãos de Rauschenberg,
será?
é uma questão que não quer calar,
não se cala,
e não se calará.
O combustível do mundo são as incertezas.
Será? será sempre uma busca.
Seja sendo ou não sendo.
Eis sempre a mesma questão.

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Após a chuva...

Após a chuva
a neblina espessa
encobre a realidade
e aos poucos esclarece
a melhor verdade.

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

Rota

Aprendi o que nem sabia
estar na lição.
Sofri
a dor da incrustação.
Vivi
a imperfeição.
Discuti
com a razão.
Ignorei
o coração.
Temi
a melhor sensação.
Lutei
pela evolução.
Esqueci
da manutenção.
Sabotei
minha própria operação.
Fui surpreendida
pela minha própria invenção.
Perdi
do tempo a noção.
Deixei com você
o meu coração.
Tirei minha própria razão.
Roubei de mim
a convicção.
Esclareci
a rotação.
Retomei
a indeterminação.
Entreguei-me
à oscilação.
E hoje
tento ser feliz
por diversão.

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Pensar com o coração

Acho que deveria
pensar mais com o coração.
Só ele sabe realmente a verdade.
Procurar no racional
as respostas que só ele tem,
é um erro.
“O pior cego é aquele que não quer ver”.
E o que meus olham não vêem,
meu coração sente mais,
sente muito,
por poder ter evitado sofrimento
e por ter adiado felicidade.
Quando não se pensa com o coração
fingi-se achar soluções.

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

O dia esperado

Quando o dia chega
o coração sabe que quer gritar
mas contido espera
ouvir primeiro o outro grito.
E pensam ambos
que o dia não chegou.
Até que tudo se esclareça.
E a incerta certeza
se confirme.

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Desilusões

Por que temer a verdade?
O óbvio e o sonho?
Por que temer a realização?
Talvez o medo seja na verdade
pela desilusão.
Temendo ser desiludida,
velei meus sentidos
e desejos.
Ocultei meus sonhos e anseios.
E caminhando por caminhos incertos
desiludi-me muito mais
do que pelo caminho que aspirava seguir.
Encontrar o caminho certo
é uma coisa,
decidir por seguir nele,
é outra –
e esta eu não estava disposta
a entender assim.
Por isso dei-me motivos
para que o caminho não fosse aquele.
Depois de voltas e curvas vãs,
decepções e desilusões,
que machucaram-me como espinhos,
deparei-me outra vez
com a porta de entrada
do caminho que me atraía.
Arriscar é uma palavra
bastante incomum em meu vocabulário,
apesar de requerida por circundantes.
E dessa vez ela não foi necessária.
O fenômeno se deu de uma outra forma.
Foi preciso permitir-me viver o instante
e caminhar simplesmente.
As longas curvas mortas ficaram
à deriva do passado,
onde nem as lembranças fazem questão de ir.
Agora o tobogã,
surpreendente,
esfria a barriga
e guarda um novo
sempre por vir.

Mariana Bizinotto – 13/11/2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Realização

Acostumados a um distanciamento físico
e a um limite de convívio
que não denunciasse o sentimento
cultivado por ambos,
e que ora insinuado, ora reprimido
provocava uma dinâmica
entre a expectativa, a certeza e a decepção.
Uma dinâmica que nos sustentou
e à nossa motivação.
Incentivo que aos poucos
passará a ser fornecido por outra fonte:
a realização e felicidade que agora há em nós,
o bem-estar mútuo que provocamos e sentimos.
As peças que espalhamos sobre a mesa
aos poucos se juntarão
e dessa vez comporão uma imagem real.

Mariana Bizinotto – 11/11/2009

Fase de adaptação

Quando o amigo passa a par romântico.
O mistério e a dificuldade
cederão, com o tempo,
lugar à felicidade e ao aconchego.
A expectativa abrirá espaço à realização.
E aos poucos um corpo amigo
passará a um status superior,
de maior privilégio e proximidade,
talvez até mais íntimo.
Porém tudo só o tempo dirá,
como já declarara
um dos mais sábios dos ditados.

Mariana Bizinotto – 11/11/2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Nostalgia

A chuva almeja cair lá fora
e em mim cresce
uma felicidade
de origem inexplicável
e maravilhosa.
E o que importa
não é desvendar esse mistério
e sim sentir o dia e o tempo
pulsando em mim,
enquanto lá fora
a água purifica a matéria,
as lembranças boas
purificam minha alma.

Mariana Bizinotto - 06/11/2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Surpreendida pelo óbvio

Agora estou tão feliz quanto boba.
O caro leitor (a) deve estar achando
uma embromação enfadonha,
porém para mim,
o que aqui pretendo expressar
é o mais importante de tudo
o que já quis traduzir em palavras.
No mesmo instante boba e a mais realizada
pessoa que se pode imaginar.
A pouco o homem que amo a tanto
e meu melhor amigo a tempo
segurou minha mão
por meio filme
e beijou-me ao final.
Sem nada falar a respeito
caminhamos até a livraria –
aconchegante como um lar –
seguimos até as mesmas prateleiras
e demoramos muito em conversas
que poderiam fluir até o infinito.
Os amigos riram bastante.
Durante a partida o amigo que caminhava ao lado
pegou minha mão
e ao falar que não sabia o que dizer
mal sabia ele que já havia dito tudo
o que eu mais queria ouvir a tempos -
e que fui saber mais adiante na caminhada –
o que ele também queria dizer a tempos.
Sempre sonhei com um amor assim
em que as palavras, tão excessivas
em outras caminhadas,
não fizessem o menor sentido
e nem mesmo a menor falta.
Não serei infantil a ponto de pensar que é um sonho
quero que seja real.
O que acontece é que ainda estou estupefata.
É um sorriso duradouro
e ao mesmo tempo contido pela surpresa.
É uma sensação de se ter ido, mas não ter aterrissado.
Estou flutuando e vendo a vida de fora.
É...
Indescritível...
Creio que ele também esteja sentindo o mesmo.
Somos tão parecidos
que até nisso a história foi igual.
Até mesmo os dois lados da história se parecem.
Só não estou boquiaberta, porque é uma descoberta boa,
aliás, é a melhor sensação da minha vida,
e porque o sorriso molda minha boca na direção contrária.
O momento da descoberta foi o mesmo da revelação.
Um alívio e um coração acelerado concomitantes.
O fato sempre esteve diante de mim,
porém as metáforas camuflaram a realidade
e tornaram sonho todas as possibilidades.
É tanta a vontade de semear pelo mundo a felicidade,
e também a necessidade de guardar só para nós o momento.
E esse equilíbrio só é possível pela maturidade
arraigada em mim
capaz de deter minha ansiedade.

Mariana Bizinotto – 09/11/2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Um dia no mundo ao lado

Seres como nós,
nós: eu e o caro leitor;
sim, pois vejo certa igualdade humana
em todos, tanto neste
quanto no mundo ao lado.
Eu estive lá, de visita,
passagem, não penetra.
Estive como quem quer estar.
Aprendi que a vida é bem mais simples.
E que as pessoas são bem mais frágeis
como o nosso mundo coloca.
Talvez este seja um dos itens
de seleção entre os mundos.

Boas pessoas, ótimas pessoas.
Assim como aqui, pessoas de todas as maneiras.
Mais aventureiras, mais ousadas,
mais despreocupadas com a razão;
mais sensíveis, mais leves.
Essa é a impressão de quem olha,
porém quem sente pode nitidamente
ver um conflito interno,
uma necessidade de refúgio,
de ter um porto-seguro
ou uma forma de alienação;
dar um tempo do que incomoda,
uma perda temporária de memória,
uma perda induzida.
A meu ver os fatos não se sustentam,
pois a memória que se perde
não é a que de fato se quer perder.

Respeito a forma
como cada um conduz sua vida.
E se achar que enganando
e controlando a mente
para que ela esteja atenta
apenas ao que se quer-
lembrando o termo da falsa-sensação -
é uma boa forma de vida,
não serei eu a voz da proibição.
Quem dera,
nem voz nesse mundo se tem sozinho.
A função da ponte é justamente
a de separar esses mundos ou uni-los,
na hora em que convier.

Mariana Bizinotto – 22/10/2009

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Suposições

Suponho que o mundo
possa acabar amanhã.

Suponho também que
ele vare a eternidade.

Suponho que a vida
não passe de uma página branca.

Suponho que a matéria
não seja nada sólida.

Suponho que a rotina
seja apenas invenção.

Suponho que a cabeça
esteja muito alta para ver o chão.

Suponho que as pedras
sejam ao mesmo tempo nuvens
e nos façam descobrir outros mundos.

Mariana Bizinotto – 21/10/2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Zine 'Tire dúvidas ou Lente de aumento' por Mariana Bizinotto

Este é o zine que fiz e será distribuído durante a Jambolada Literária, no stand do Grupo Tamboril e no stand do Coletivo de Literatura Subsolo, na JAMBOLADA 2009.









Espero que apreciem.
Mariana Bizinotto - 21/10/2009


Devaneios

Sou grata a uma amiga
por ela ter destruído meu sonho
enquanto ele estava no começo,
mas como o ser humano é teimoso,
não destruído por completo,
ainda havia esperança.
Só que eu estava de sobreaviso.
Os voos já eram mais curtos.
Voava um pouquinho e aterrissava.
Voos rasos...
que ainda me permitiam tocar o solo
entre um e outro devaneio.
E justamente no dia em que
arrisquei a voar um pouco mais,
meus pés se fixaram de vez no chão.
Assim é a vida...

Mariana Bizinotto – 22/10/2009

Pessoas pisca-pisca

Pessoas surgem como luzes no fim do túnel
e depois se apagam,
nos abandonam no frio da caverna.
A mercê do tempo e de intempéries.
E o tempo traz outras pessoas.
que pisca-pisca passam...
E a vida é construída assim
entre os claro-escuros da vida
a esboçarem uma personalidade
no tempo-espaço desse universo cavernoso.

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

Ciclo

Depois da chuva
o sol revive a poeira...

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Tendências

Tende
Tem de

“Tender: esticar, inclinar-se”;
No verbete Ter:
“tenente: substituto de um chefe na ausência deste”
Há certo sentido em pensar
essa relação.

Ter de algo (uma ação provavelmente)
Tender a realizar algo (provavelmente uma ação também)
Por exemplo, ter de assinar, tender a assinar
Há uma pequena diferença de significados
um obriga o outro impulsiona,
porém também não se pode negar a estreita relação.

*dicionário consultado: Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (Antônio Geraldo da Cunha)

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

Difusa percepção

Colorido o mundo
salta diante meus olhos
a preto e branco,
reforçando a pressa
e a necessidade de chegar,
só não sei onde.

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

Dia de chuva lá dentro

A água sobe na sacada, lá fora...
Sem trégua, a chuva e o vento
levam de mim o que mais estimo
no momento,
meus pensamentos.
E sabe-se lá onde estarão eles agora...
O fato é que a água sobe e inunda
o que sobrou da tempestade.
Ouvindo uma banda nova
meus pensamentos viajam
entre o texto que deveria estar lendo
os planos futuros
e um nada que me fez vir aqui.
Não sei ainda bem o que esse nada
queria dizer ou quer de mim,
mas me faz compor palavras em versos
e expressar, inclusive a surpresa
de um sol repentino que se aponta.
Vou ali ver se meus pensamentos
estão muito encharcados.

...

Não os encontrei.
Talvez tenham avistado mente mais calma
para se estabelecer.
Um dia voltam.
Deixa ser!
Mas e esse sol!?
A água já desce de nível
e não ameaça mais invadir meu refúgio.
Quem sabe não fui eu quem fugiu
desses pensamentos?
Se fosse, por que estaria a procurá-los?
Que reflexão mais desconexa é essa
que me faz pensar não pensando?
Não pensando pensar?

...

Batem à porta...

!?

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

Pinga Pingo

Chuva
leve lava livra
livre leva lave
vire encharque volte
mate afogue limpe
límpida mata volta
molha mela afoga
leve livre vai
volte molhe mele
vele esqueça reviva
nasça aparece morre
cai corre salta
vira lava e leve...

Mariana Bizinotto – 18/10/2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Feliz aniversário

Já que a vida não pode ser um mar de rosas
que elas se sobressaiam pelo caminho
e que se aproveite esses bons momentos!!!
De rosa em rosa se constrói
a felicidade...

Mariana Bizinotto – 15/10/2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Altos e Baixos

A pior visão
é a de um fato desagradável.
O pior pesadelo
aquele que se concretiza acordado.
O maior medo,
a morte.
A pior sensação,
a infelicidade.
O melhor momento
quando se tem a ilusão
de ser dono de sua própria vida.
A melhor frase,
a que todos querem ouvir.
A frase mais especial,
a que poucos ouvem.

Tudo no universo
é constituído de altos e baixos,
montanhas e vales,
externo e interno.
Extremos, opostos e contrapostos.
Inclusive uma das complexidades
que envolve existência: a vida.

Mariana Bizinotto – 24/09/2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Traição

A traição nada mais é que um furto.
Retira-se sem violência física
nem movimento aparente.
Uma ideia roubada,
o amor ou a confiança de um ser,
ou tudo que não seja material
é surrupiado pelo presente.

Mariana Bizinotto – 24/09/2009