sábado, 14 de novembro de 2009

Desilusões

Por que temer a verdade?
O óbvio e o sonho?
Por que temer a realização?
Talvez o medo seja na verdade
pela desilusão.
Temendo ser desiludida,
velei meus sentidos
e desejos.
Ocultei meus sonhos e anseios.
E caminhando por caminhos incertos
desiludi-me muito mais
do que pelo caminho que aspirava seguir.
Encontrar o caminho certo
é uma coisa,
decidir por seguir nele,
é outra –
e esta eu não estava disposta
a entender assim.
Por isso dei-me motivos
para que o caminho não fosse aquele.
Depois de voltas e curvas vãs,
decepções e desilusões,
que machucaram-me como espinhos,
deparei-me outra vez
com a porta de entrada
do caminho que me atraía.
Arriscar é uma palavra
bastante incomum em meu vocabulário,
apesar de requerida por circundantes.
E dessa vez ela não foi necessária.
O fenômeno se deu de uma outra forma.
Foi preciso permitir-me viver o instante
e caminhar simplesmente.
As longas curvas mortas ficaram
à deriva do passado,
onde nem as lembranças fazem questão de ir.
Agora o tobogã,
surpreendente,
esfria a barriga
e guarda um novo
sempre por vir.

Mariana Bizinotto – 13/11/2009

2 comentários:

nenemritinha disse...

Mariana,dentre os seus belos poemas, gostaria de postar no meu site o poema "Desilusões". O meu blog está inserido no site www.ritissima.com.br No blog há uma categoria "Textos de Amigos". Caso aceite, envie-me cópia desse poema, com miniperfil seu, para o e-mail ramorimandrade@bol.com.br de preferência com a sua foto. Cheiros, Rita de Cássia.

Mariana Bizinotto disse...

Olá, fico feliz em saber que aprecia meu trabalho e sim eu autorizo que poste em seu blog, vou lhe enviar o arquivo.
Abraços,
Mariana