segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Trem

Levada à reflexão
sobre o fenômeno da disposição,
observei que apesar de, aparentemente,
fechada a possibilidades,
a pessoa pode não o estar realmente.
O fechamento pode não ser total,
mas uma espera,
pela chance certa.
Basta ouvir o coração
e naturalmente descobrir
que para os sonhos
nunca se está fechado,
sempre recluso a observar
o fluxo do mundo,
e a esperar o trem de seu destino.
E quando ele passa,
se observa temeroso,
imaginando como será
o lugar de chegada,
e ele está a parar,
mas por mais que se queira subir,
as pernas ficam presas ao chão
e a cabeça voa alto...
com o corpo todo desintegrado
o trem reinicia o movimento.
O corpo inerte impulsiona-se
e permanece olhando,
olhando apenas,
e o trem passando,
e de repente de um salto
ele agarra-se a traseira
e segue desajeitado,
com o incômodo vento
pelo lado de fora,
até conseguir se infiltrar
e descobrir que o trem só vai,
nunca chega a um ponto definitivo,
nem é cíclico,
viaja-se sempre...

Mariana Bizinotto – 15/11/2009

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