domingo, 22 de março de 2009

Vermelhos

Vermelho.
Este poema foi escrito a tinta vermelha.
Por vários motivos.
A última hora fora toda vermelha.
O pôr-do-sol
refletia carinhosamente
a luz vermelha,
do amor que tínhamos
do outro lado da porta.
Amor selvagem,
doce coragem
da ingenuidade;
mas sentíamos.
Vermelho
também foi o sangue
que as feridas
de tua partida
deixaram em mim.
E que não sei
se um dia
se cicatrizarão.
Bonito e feliz
foi o tempo,
que como o próprio
verbo diz,
se foi...
Agora,
outras pessoas nos mesmos corpos.
Nada é como antes.
A única coincidência
são as lembranças
que ambos temos.
Os raios do sol
já no horizonte
flamejam raivosamente,
querem descansar.
Imploramos mais alguns minutos.
O vermelho então se transfere
da luz, ao nosso amor.
Desejo,
Paixão.
Talvez sejam as definições certas
num momento
em que os corpos não se estranham,
mas as mentes não cessam
em tentar desvendar o outro
que há diante de si,
junto a si,
entre si,
ou longe de si.
Sim, se fora.
Não para nunca mais.
Como fora a tempo atrás.
Não se sabe para quando.
Nem até quando as feridas
ficarão abertas.
Pois para que se fechem
é necessário
que o vermelho da paixão se intensifique
e brilhe mais,
como o vermelho do amor.

Mariana Bizinotto – 08/03/2009

Nenhum comentário: